Operações de crédito sempre envolvem riscos, principalmente em perÃodos de crise, quando a economia se fragiliza e os nÃveis de inadimplência aumentam, os riscos dessas operações avultam e nenhum cuidado é exagerado na administração e no controle dos créditos concedidos pela empresa.
Para agravar a situação, é exatamente nesses perÃodos, quando o dinheiro se torna curto para todo mundo, que os parcelamentos de pagamentos se tornam crescentemente solicitados e concedidos.
Sabe-se que deficiências no recebimento desses créditos têm levado muita empresa à concordata e, até, à falência.
Entretanto, apesar dos riscos, todos sabemos, também, que, na maior parte dos setores industriais e comerciais, sem a concessão de créditos, torna-se praticamente impossÃvel enfrentar a competição e alcançar um nÃvel de vendas compatÃvel com a adequada remuneração do capital investido.
Sob tais condições, a unica alternativa que resta ao empresário é tratar de administrar com competência as suas contas a receber.
Não há por que se expor a riscos desnecessários. E como a concessão de créditos sempre acarreta riscos, a primeira preocupação da empresa com relação ao assunto centraliza-se na avaliação da real conveniência de conceder esses créditos.
Essa avaliação envolve a consideração dos eventuais benefÃcios que podem advir do parcelamento dos valores a serem recebidos dos seus clientes, em comparação com os riscos inerentes a tal prática.
As vendas vão crescer em função desse parcelamento? Existe capacidade ociosa para atender, sem necessidade de novos investimentos, as vendas adicionais?
Será, também, importante considerar o efeito dessas vendas adicionais sobre os resultados financeiros da empresa: se houver capacidade ociosa a ser aproveitada, os custos das vendas adicionais deverão limitar-se ao custo marginal dos produtos vendidos; se essa capacidade não for disponÃvel, a amortização dos novos investimentos aplicados e demais custos fixos relativos à produção incremental.
Outro aspecto importante da concessão de créditos relaciona-se com a vantagem financeira que ela pode propiciar, além da já considerada expansão das vendas. Essa vantagem adicional decorre da diferença entre a taxa de juros que o mercado permite cobrar do cliente pelas vendas a prazo e a taxa de juros cobrada pelo sistema financeiro para o desconto dos tÃtulos respectivos.